Seremos mães perfeitas? (Smoothie de cacau e manteiga de amendoim – para adoçar a conversa)

O que é ser boa ou má mãe?

Para vos ser sincera esta dúvida está presente na minha cabeça desde que soube que estava grávida da Maria, vai fazer já 7 anos. A exigência de ser a mãe perfeita começou no dia em que o teste deu positivo. No mesmo dia deixei o tabaco, marquei consulta com o ginecologista e comecei a ter medo de tudo o que comia. Curioso, não?! Passamos a vida inteira a comer porcarias e no dia em que sabemos que umas moléculas dentro de nós criaram as condições ideais para formar um outro ser humano, caímos em nós próprios e entendemos o quão importante é aquilo que comemos. Nunca, em mais altura nenhuma, a frase “somos aquilo que comemos” é tão importante para nós.

Foi a primeira vez que comecei a ter uma consciência do meu eu de uma forma totalmente nova para mim mesma. E o medo de ser uma boa mãe começou. Com esse medo inicia-se a busca incessante a toda a informação possível. O Dr. Google, que é sempre tão prestável, tão sabedor e sempre disponível começa a fazer parte do nosso dia-a-dia. O que devo comer? O que devo pensar? Como vai ser o parto? O que devo tomar se tiver dores de cabeça? O que é proibido? Posso fazer natação? Posso ir à praia? Posso tomar banho em casas de banho públicas? Enfim… todo um rol de perguntas, umas pertinentes, outras completamente ridículas.

Depois eles nascem, e aquilo que achávamos que seria menos difícil torna-se completamente, ou melhor, praticamente no impossível. Vemo-nos “sozinhas” com um bebé recém-nascido nos braços e de repente já não somos nós o centro das atenções e passamos a ser “só” a mãe daquele ser humano que se desenvolveu dentro de nós e temos de tomar conta deles. Nós que acabamos de passar por um momento altamente violento (seja um parto na água ou uma cesariana, é sempre um momento muito forte), que nos dói tudo, as mamas incham, a barriga está inchada e descaída e vazia, a cabeça lateja, as noites não servem para descansar e nós, ainda temos de estar disponíveis para amamentar o filho, de acordo com as horas dele. É difícil? Porra! Parece impossível. Mas não sabemos como, no fundo de tudo, no meio de lágrimas, suor e desespero, nós pegamos nesse bebé, acariciamos como nunca o fizemos com ninguém na nossa vida e tratamos dele com o maior dos amores. Olhamos para ele e TUDO compensa! E é verdade! Isto realmente acontece… e vale mesmo a pena… tudo, TUDO mesmo!

As forças começam a ser cada dia superiores. Há uns dias melhores, outros piores, mas o ritmo chega, a capacidade também, e a rotina é a nossa maior aliada. Mas depois vêm as outras pessoas (principalmente as outras mulheres, que também já são mães). E as críticas e opiniões começam: “devias fazer assim”, “amamentas?”, “não amamentas?”, “eu fazia assado”, “ah e eu cozido”… “e eu estufado”! Sabem o que eu vos digo?? Vão todas para o raio que vos parta!!! NÃO HÁ MELHOR MÃE DO NOSSO FILHO QUE DO NÓS PRÓPRIAS!

Podemos ser melhores? Podemos.
Somos perfeitas? Não.
Sabemos tudo? Nem pensar.
Somos o melhor que sabemos e podemos? SEM DÚVIDA.

E hoje, que no meio das dúvidas que ainda surgem e vão surgir sempre ao longo de toda a minha vida, tinha de vir aqui gritar a todos vocês, pais, mães, avós, filhos, netos… etc, que ser mãe é isto. É tentar ser perfeita sendo imperfeita, é tentar ser o melhor, mesmo que toda a gente esteja contra nós e no final, encostarmos a cabeça à nossa almofada, respirar fundo e pensar: hoje fiz o melhor que consegui, mas amanhã serei ainda melhor.

Para adoçar estes pensamentos partilho convosco uma das receitas mais pedidas esta semana. O smoothie de cacau e manteiga de amendoim que levei ao showcooking do Festival Oito24 em Espinho. (Obrigada pelo convite!)

Smoothie de cacau e manteiga de amendoim

Ingredientes:

2 bananas congeladas
1 chávena de leite de amêndoa (faço o leite na altura)
1/4 de chávena de manteiga de amendoim
2 colheres de sopa de cacau em pó
1/2 colher de sopa de extrato de baunilha ou 1/2 vagem de baunilha (preferencial) Pepitas de chocolate negro para decorar

Preparação:

Colocar todos os ingredientes numa liquidificadora e bater até formar um creme. Decorar com as pepitas de chocolate negro.
Notas: Esta receita é a ideal para quem tem uma maior actividade física. 
Seremos mães perfeitas? (Smoothie de cacau e manteiga de amendoim – para adoçar a conversa) Comentários
  1. Mª João, hoje em dia exige-se que as mulheres sejam não apenas mães perfeitas, mas profissionais perfeitas, esposas perfeitas, amigas perfeitas, etc…
    O pior de tudo é que nem sequer são os homens que o exigem… mas as próprias mulheres. Cabe-nos, a nós portanto, mudar isso.
    Grande beijinho.

  2. João… tudo o que disseste estás certíssimo! Essa de mandar as "outras" para qualquer lado era exactamente o que eu fazia! Mas de uma forma que as punha doidas! Eu dizia a tudo que sim e depois fazia o que eu achava!!! 🙂 Ouvia muitas vezes dizerem por entre dentes: "ela só faz o que quer…não ouve ninguém" E vou continuar a fazer!!!
    Não há que ter medos, somos super mães e tudo o que fazemos é intuitivo… e eu acabo sempre por perceber que o que fiz foi o melhor 🙂
    Beijinhos e segue em frente
    Cláudia

  3. Sem perfeição, mas com muito amor. Acho que ser uma boa mãe é "só" isso. Há dias em que até isso parece impossível, mas basta um olhar deles (no meu caso dois meninos maravilhosos) para tudo desaparecer e ficar emsmo só o amor. E um docinho como este para compensar os dias menos bons. Obrigada pelas palavras e pela receita! 🙂

  4. Bom dia Maria João,

    De facto ser mãe é o maior desafio que uma mulher pode ter. E quanto mais os filhos crescem, fico com a sensação que maiores são desafios . Outra exigências aparecem, mais difíceis de perceber. No entanto, por ser tão desafiante é tão gratificante.
    E embora com o tempo vamos atenuando as frustrações de querer se a "super mãe" que nunca falha, temos sempre esse desejo de não querer falhar. E ás vezes temos momentos muito difíceis.
    Mas todos os dias a vida vai-nos ensinando o caminho e o importante é estar consciente das dificuldades, mas também acreditar na sua superação.
    um beijinho. Rosália Monteiro

  5. Eu acho que todas as mães são super. Têm uma capacidade incrível de fazer imensa coisas e, mesmo assim, ainda cuidar daquele pequenino ser da melhor forma possível. E tb acredito que cada mãe sabe o que é melhor para o seu filhote 🙂

  6. Sei que perfeito é esse Smoothie!
    Se serei uma mãe perfeita não sei. Mas também não pretendo sê-lo, pretendo antes ser, fazer e dar o melhor que sei neste papel.
    As exigências e "cobranças" podem ser mais do que muitas, mas o importante é relativizar e não deixar que isso afecte o que o nosso coração nos diz enquanto mães. Vamos aprendendo tanto mas tanto com eles, que todo o processo vai fluindo naturalmente.
    Temo que com a idade e com novas fases venham desafios realmente mais complexos, mas cá estaremos, sempre… 🙂

    Bjinhos

  7. Maria João, nunca irei compreender e muito menos sentir essa dor à qual vocês, mães são submetidas. Mas deixa-me dizer que adorei ler as tuas palavras, um texto lindo que dá que pensar. 🙂
    E acho que apesar de tudo, no final, o facto de termos ali aquele pequeno ser no colo, podermos cheirar e abraçar, deve compensar milhões todos os sacrifícios e todas as dúvidas que surjam.
    Um beijinho.

  8. Este texto sobre a maternidade veio ao meu encontro nesta fase tão exigente e delicada que é o pós-parto. Revi-me em tanto do que escreves, Mª João e há um parágrafo em particular que tenho de 'roubar' para o meu blogue para nunca me esquecer, posso?
    Obrigada pela reflexão e por me fazeres sentir que afinal isto melhora!

    Beijinhos*

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